Teatro de rua é aquele que se produz em locais exteriores como: rua, praça,
mercado, metrô, universidade, entre outros. O teatro e a cidade sempre foram
ligados, numa relação amigável ou conflituosa, lembrando que sua origem na
antiguidade nasceu no espaço aberto, depois se profissionalizou no
Renascimento e em seguida a burguesia criou um espaço teatral “restrito” que
acabou sendo uma forma de elitizar o teatro.
O teatro de rua é uma modalidade expressiva que discute a cidade como
representação e interfere na mesma construindo formas alternativas de
organização, utilizando o espaço público como lugar sociocultural. Tem uma
proposta que além de democratizar o acesso a esse tipo de expressão, permiti a
qualquer um contemplá-lo, interrompendo a rotina do cidadão e chamando
atenção aos problemas abordados na dramaturgia; criando novos vetores no uso
da rua que agrega às novas imagens e ao mesmo tempo coloca o transeunte
frente à oportunidade de participar dessa construção de imagens e pensar a partir
do olhar construtivo daqueles que a habitam.
Como todo teatro os atores se utilizam do corpo e da voz de forma estética no
espaço aberto e funciona como provocador na busca de identificar o valor dos
elementos simbólicos nesse espaço público. Uma peça teatral pode estimular os
cidadãos a assumirem atitudes e papéis, através das propostas e trazer um
comportamento com um novo olhar a cidade, com outra perspectiva que não a
cotidiana e repetida utilização do espaço público; afinal o termo teatro significa
“lugar pra ver”.
Rafaela Federici
Arte educadora / Atriz
Referências
CARREIRA, André. Teatro de invasão: redefinindo a ordem da cidade. In Espaço e
Teatro (do edifício teatral à cidade como palco).
Teatro de rua como apropriação da silhueta urbana. Hibridismo e jogo no espaço
inóspito. In: Revista Trans/Form/Ação. São Paulo, 2001.
CERTEAU, Michel. A Invenção do cotidiano. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
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