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Foto do escritorCaio Cuadrado

TEATRO - O universo da Contação de História e o teatro.

Atualizado: 12 de fev. de 2021

Contar histórias é a mais antiga das artes. São meios de ampliar o horizonte (não só da

criança) do sujeito e aumentar seu conhecimento em relação ao mundo que a cerca.

É através do prazer ou emoções que as histórias lhes proporcionam que o simbolismo,

implícito nas tramas e personagens, vai agir em seu inconsciente; trazendo compreensão de

certos valores básicos da conduta humana ou do convívio social. É importante deixar claro

que nem toda história precisa dar lição de moral ou conduta no final. A contação tem o

intuito de ser um momento de prazer e diversão, pois desperta na criança o lado lúdico, a

imaginação, criatividade característica muito importante para seu desenvolvimento.

Além do gosto pela leitura e pela linguagem, criando empatia com os personagens. Segundo

Aguiar (2004)

[...] “Podemos definir a leitura como uma atividade de percepção e interpretação dos sinais gráficos

que se sucedem de forma ordenada, guardando entre si relações de sentido. Ler assim não é apenas

decifrar palavras, mas perceber sua associação lógica, o encadeamento dos pensamentos, as

relações entre eles e o que é mais importante, assimilar as ideias e as intenções do autor, relacionar

o que foi apreendido com os conhecimentos anteriores sobre o assunto, tomando posições com

espírito crítico e utilizar conteúdos adquiridos em novas situações." (p. 61)

As histórias instruem, ao enriquecer o vocabulário infantil, amplia seu mundo de ideias e

estimulam o desenvolvimento da atenção, da imaginação, observação, memória, reflexão e

linguagem. As histórias muitas vezes, aliviam as sobrecargas emocionais e auxiliam a

resolver conflitos emocionais próprios.


O que o narrador precisa entender?

Que antes de sensibilizar o ouvinte, o conto precisa sensibilizar o narrador, porque é ele que

vai transmitir a historia. Para auxiliar o narrador, podemos utilizar o recurso das técnicas

teatrais. O contador tem que ter percepção, direção, noções de tempo e espaço, ritmo,

energia e assim tornar a narrativa viva; é preciso perceber cada passagem do texto e senti-lo

como parte integrante de sua essência. Por isso os jogos dramáticos podem ajudar com

atividades de interpretação, construção da personagem, vivência de situações. Assim como

o ator no processo de construção de seu personagem, o narrador deve posicionar-se e saber

quais são os objetivos, o porquê de contar histórias, para quem conta quais as

características, o que o impede de chegar ao seu objetivo, para onde vai, quem é.

A partir do uso dessas técnicas o indivíduo (narrador) passa a compreender e ampliar sua

visão do mundo, sendo assim, se expressando melhor pelo movimento do corpo, voz e

sentimentos mais profundo, dando a sua performance um toque de originalidade.


Como explica Busatto (2003): "são essas identificações entre narrador X conto narrado que

fazem a diferença; ou existe essa integração, ou a narrativa deixa de ser uma experiência

compartilhada, e passa a ser um simples repasse de informação, e nesse caso a história nem

precisaria ser contada." (p. 48)

Mesmo considerando todos esses benefícios, devemos estar atentos a algumas evidências

que fazem à diferença na hora de contar. Contar histórias é diferente de representar

histórias. O teatro apresenta ações... A narrativa as descreve. Reservamos ao ouvinte a

possibilidade de imaginar os personagens e suas ações. Numa narrativa nos apropriamos dos

elementos do teatro, mas com moderação. No teatro buscamos o gesto exato de cada

personagem, sua voz, seu pensamento, de tal maneira que ele se apresente inteiro para

quem esteja assistindo. Na narrativa este personagem será concebido pelo ouvinte através

dos elementos oferecidos pelo narrador, muitas vezes não mais que meia dúzia de palavras,

as quais fornecem elementos suficientes para que o personagem crie vida na imaginação do

ouvinte. (BUSATTO, 2003:74)

Rafaela Federici

Arte Educadora/ Atriz


Referência:

AGUIAR, V. T. de. Conceito de leitura. In: CECCANTINI, J. L. C. T.; PEREIRA, R. F.; ZANCHETTA Jr. (Org.) Pedagogia

cidadã: cadernos de formação: Língua Portuguesa. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004. (vol 1)

p. 61-75.

Acessado 17-06-2020 às 13h28min - www.lendo.org/guia-definitivo-contacao-historias/

BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. 3. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

REVERBEL, Olga. Jogos teatrais na escola: atividades globais de expressão. São Paulo: Scipione, 1989.

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