Era uma vez a história da Cigarra e da Formiga,
história que vocês já conhecem. Passaram-se verões
e invernos e novas gerações nasceram.
A amizade entre elas passou de pai para filho, de avô
para netos.
A história que eu vou contar começou no século XXI.
— Era um lindo dia de verão, a formiga Miri e a cigarra
Bea conversavam sobre sonhos, Bea perguntou para
Miri:
— O que você quer ser quando crescer?
— Não sei, acho que vou continuar fazendo o que a minha família já faz há muitos
anos, colhendo folhas no verão para guardar para o inverno.
— Bea respondeu:
— Eu não; quero fazer algo diferente, não quero só cantar e tocar.
Eu quero dançar.
— Dançar ?! Eu nunca vi uma cigarra dançarina.
— Por isso, mesmo Miri, quero inovar, conhecer coisas novas, estudar, ensaiar, bailar,
bailar e bailar...
— Mas, desta maneira não vai sobrar tempo de pegar folhas, vai acontecer com você o
que aconteceu com o seu bisavô. Só ficou tocando e quase morreu de frio e fome no
inverno.
— Miri, foi bom ter falado do meu bisavô, há tempo eu penso nesta história e acho
muito errado, dizer que ele não trabalhava.
— Errado, por quê?
— No inverno enquanto as formigas descansavam, ele toda noite cantava e tocava,
para as formigas se divertirem, isso não é trabalho?
— Tem razão, não havia pensado dessa forma.
— Então a Arte também é um trabalho.
— Quero aproveitar o verão ensaiando e estudando coisas novas e no inverno
apresentar um novo espetáculo.
Com o dinheiro dos ingressos comprarei comida e casa.
— Miri, fala a verdade, você é feliz?
— Na verdade Bea, eu queria muito ser escritora, escrever lindas histórias sobre a
nossa natureza.
— Faça isso, Miri!
— Bea, mas como vou pegar folhas e escrever?
— Já sei, pela manhã trabalha colhendo folhas e à tarde dedica-se a sua arte.
—Tenho medo de mudar, há muitos anos é assim, as formigas só pegam folhas.
— Miri não precisa ter medo de mudar, é importante conhecer e valorizar nossa história
e a experiência dos mais velhos; porém precisamos escrever a nossa própria história.
— Tem razão Bea, vou seguir seu conselho.
O tempo passou, Bea se tornou uma grande bailarina e abriu uma escola.
Miri publicou muitos livros.
As duas se tornaram exemplo para novas gerações e admiradas.
— Precisamos sim, garantir o alimento do inverno, mas fazer também o que nos deixa
felizes,
Não desistir jamais dos nossos sonhos.
Olá!
Você gostou da história?
Vimos que à arte é uma profissão e merece todo respeito e que podemos sim criar
novos finais, oportunidades e renovar.
Se você fosse a Cigarra o que faria de diferente?
Vamos juntos criar, que tal você imaginar como são os personagens, cores, lugares,
sentimentos, através da escrita, desenho, música ...
Um abraço e até muito BREVE. CEU das Artes Vila
Nova União
Oficina de Literatura – Carla Pozo
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