Esta é uma dúvida que cerca as pessoas ao se depararem com alguém que é extremamente bom naquilo que faz. Temos o costume de dizer que “ele (a) consegue porque tem um dom”, mas onde estaria o “empenho” no meio disso? Será que o dom é o único caminho capaz de fazer alguém ir tão longe? Será que apenas o esforço é responsável por tais feitos? Já me deparei com professores de música dizendo que “fulano não leva jeito pro instrumento”, mas será mesmo que é necessário “levar jeito” para aprender? Em qualquer área nos encontramos com pessoas que possuem muito mais facilidade em aprender determinada coisa do que outras, porém isso não quer dizer ter mais inteligência ou capacidade que o restante. Daqui em diante me concentrarei ao universo musical, mas as reflexões instigadas aqui podem e devem ser levadas para outras áreas. Te convido a seguirmos juntos nesta reflexão que terá como objetivo desmistificar alguns pontos sobre “aprender”. Existem alguns fatores que levam o indivíduo a ter mais facilidade em aprender, alguns mais óbvios e outros nem tanto. Um destes fatores é “gostar”, mas aqui está o porém, o gosto deve ser pela trajetória e não só pelo objetivo, geralmente quem gosta de algo consequentemente irá fazê-lo muito mais do que quem não gosta tanto assim, este fator portanto se resume à “repetição”, quanto mais você toca um instrumento, melhor ficará nele. Essa vontade normalmente tem sua origem na personalidade da pessoa, somos diferentes e essas diferenças nos conduzem a diferentes caminhos durante nossas vidas. Mas não é só o que vem de dentro que influencia na maneira como aprendemos algo, fatores externos também são determinantes neste assunto.
O jeito com que cada conteúdo é apresentado para você faz total diferença em seu processo de aprendizado. Somos únicos, portanto nossa maneira de entender o mundo também é única. Cada um tem uma bagagem de experiência, isso faz com que as analogias, palavras e meios que o professor utiliza para ensinar algo, possam não fazer sentido para alguém. As vezes nós professores utilizamos uma linguagem presumindo que todos já estejam familiarizados com ela, porém em certas situações alguns alunos demonstram que não possuem o degrau anterior para que possam chegar neste que foi colocado, nosso papel então é o de ajudar a construí-lo. Refletimos por enquanto sobre apenas dois pontos de muitos outros que existem, com isso podemos observar que enquanto existe realmente uma maior facilidade para alguns indivíduos, aprender um instrumento musical está longe de ser um bicho de sete cabeças e está longe também de ser uma tarefa que apenas certas pessoas “escolhidas” podem realizar. Não importa gênero ou idade, todos temos capacidade de aprender algo novo, basta apenas paciência e insistência.
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